terça-feira, 28 de julho de 2015

Um café e um amor quentes, por favor!

Texto publicado no blog Olhar em Volta


Por Monique Oliveira

“Um amor e um café quentes, por favor.”

Quem nunca ouviu ou leu essa frase? E quem não faz esse pedido para o atendente, na imaginação? Diria até que é a frase do momento. Vai para os “trends”.
O sentido disso não é muito difícil. O café, para ser apreciado, antes precisa de água quente, pó na medida certa e um recipiente térmico que conserve sua temperatura.
Não é assim com o amor também?
Paixões em ponto de ebulição suficiente para que se misture com o conteúdo do filtro e dois corações que mantenham o líquido quente por um bom tempo.
Tal conteúdo – o pó extraído da moenda dos grãos do café – é tudo que vem na alma e no espírito de cada indivíduo. Todos os sentimentos de vida, todas as experiências passadas, tudo que se aprendeu dia após dia. O “eu” de cada um é colocado no filtro – 102 ou 103 – para que ao ser diluído pela água quente, seja filtrado.
De manhã, o café além de ser a bebida preferida no primeiro alimento do dia, aquece e dá energia. No fim da tarde, é como se fosse o “up” para o anoitecer. Aquela respirada que se dá quando ainda tem mais umas duas ruas para entrar antes de chegar ao destino final.
O amor é o que faz pulsar o coração e dá vida ao corpo. Ao longo da vida, é o que energiza a matéria humana. E quando se chega próximo aos seus finais, é o ar daquela respirada.
A borra de café que ficou no filtro – e deverá ser descartada – são todas as coisas desnecessárias. Não pode ser ingerido. Não serve nem para por nos pratos dos vasos de plantas.
E necessariamente deve ser consumido quente. O café. O amor.
Agradeço ao escritor Chagas Botelho pela publicação no Portal O Dia, canal de comunicação do Piauí.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

É cedo para falar de rebaixamento? Vasco dá novo vexame jogando em casa


O que acontece com o Club de Regatas Vasco da Gama?

Quem consegue explicar como um dos mais tradicionais cariocas pegou o caminho do abismo em disparado?

Clube marcado por títulos importantes e alguns deles até exclusivos, o Gigante da Colina – assim chamado por sua fanática torcida – amargou dois rebaixamentos em menos de sete anos, e está caminhando a passos largos para a terceira queda para a Série B do campeonato Brasileiro. O que seria também um fato histórico.

Único time carioca bicampeão sulamericano – com os títulos de 1948 e 1998 -, tetracampeão brasileiro, além de vários campeonatos estaduais, o cruzmaltino parece que perdeu o hábito de vencer.

O Trem Bala da Colina – outra de suas alcunhas – já teve nomes consagrados como Roberto Dinamite, Domingos da Guia, Romário, Edmundo, Juninho e tantos outros, hoje passa pela temporada atual com um elenco fraco tecnicamente e que, em campo, parece mais perdido que cego em tiroteio.

Nas duas últimas partidas antes da 15ª rodada no Brasileiro, a equipe mostrou marcação um pouco eficiente conseguindo neutralizar seus adversários em grande parte do tempo de bola rolando, levando às vitórias. Mas no jogo de domingo contra o Palmeiras, em São Januário, parecia que a equipe comandada por Celso Roth estava com 11 jogadores a menos que a alviverde. Sim! Nenhum jogador em campo. Ou o Palmeiras estava com 22 atletas.

O fato é que no primeiro tempo os visitantes já emplacaram três gols, abrindo a larga vantagem sobre os donos da casa, que lentamente corriam pelo gramado sem saber que direção seguir. No segundo tempo, o jogo já desenhado na etapa anterior, caminhou-se ao fim previsto com a derrota de 4 a 1 dos vascaínos, mesmo com uma tímida melhora na movimentação do meio para frente, com a entrada de Riascos.

O que se vê é nitidamente um time sem perspectiva de um futuro melhor. Talvez por crise financeira, por gestões fracassadas, ou meramente por jogadores/técnicos ruins – o que não é verdade. Afinal o elenco do cruzmaltino não é dos piores do mundo, apesar não apresentar uma qualidade técnica/tática de se respirar aliviado. Mas daria para pelo menos fugir da assombração da degola.

O respeito – de fato merecido – está longe de voltar. Paixões a parte, há de se reconhecer o quão injusto é ver clubes com marcas históricas – como é o caso do CR Vasco – definharem a cada temporada.

Foto: www.lancenet.com.br

Por Monique Oliveira

terça-feira, 21 de julho de 2015

Xadrez (Desafio Primeira)


05:42
Desperto.
Penso: queria aprender xadrez.
Acho chic.
Dizem que faz bem pro intelecto.
Adepto.
Fecho os botões. "Clic".
Incerto.
Visto minha máscara do dia. 🎭
Dentro do armário, meu melhor sorriso havia.



Clarice's

" Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."


https://instagram.com/p/5Yb0rHRZ6U/?taken-by=moniquelins88

Desfocado

Tentando mudar o foco
Que foco?
Nem força
Talvez, nem fé
Somente a dor
Talvez, um pouco de amor
Sem paz
E a turbulência dos ais
Assim, desfocado
Lanço meu sorriso atravessado.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Ainda que eu não...

Ainda que eu não diga
Ainda que eu não demonstre
Ainda que eu não sorria
Ainda que eu não grite
Ainda que eu não escreva
Ainda que eu não cante
Ainda que eu não assobie
Ainda que eu não acorde
Eu te amo.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Mãe

Mãe é um ser sobrenatural. Tá aí uma coisa que Deus inventou pra ser bem a sua semelhança.
Nada passa despercebido! Até pela nossa respiração, elas nos conhecem a fundo.
E não adianta nós, filhos, tentarmos silenciar na investida de nos tornarmos irreconhecíveis, porque essa artimanha também é falha.
Elas conhecem nossos gritos, nossas expressões, nosso olhar e até a ausência de nossas palavras.
Não há nada que elas não sintam (ou pressintam). Longe ou perto, elas têm o dom de conhecer suas crias.
Elas são capazes de nos descrever com total riqueza de detalhes, sem errar qualquer dado característico de nossas personalidades. Elas sabem quem somos nós.

domingo, 12 de julho de 2015

Nesse momento



Créditos: Cah Morandi

Não, dessa vez o amor não perdoará. Não terei a chance de pedir desculpas, de fazer o que é certo. Você não encontrará nessas palavras o meu pedido de perdão e não espalharei por aí meu arrependimento. Sou extremamente hábil em ser incompetente quando estou à frente do que quero, sou insuficiente quando deveria ser exata, perco os argumentos quando brigo e quando posso confessar tudo que penso, esqueço o que decorei para dizer ao pé do ouvido. Sou esse medo, sou essa paralisia, essa inconstância. A minha vida está sempre com um nó na garganta. Estou sempre quase, e isto é meu melhor por enquanto.
Se fosse possível, você poderia me esperar?

"Há um silêncio dentro de mim. E esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras." (Clarice Lispector)

Na cabeça, milhares de ideias e informações
Nos dedos, movimentos
Na boca, silêncio
Na alma, um show de rock'n roll

Lá fora, sol e céu azul
Aqui dentro, dia cinzento

O som que escuto é das teclas pressionadas
O som que escuto é vazio

A cores

Enquanto muita gente fala sobre os problemas no Brasil e no mundo, por causa do ato de colorir a foto de perfil no Facebook.
"O problema é da política, da Dilma, do Lula, do Obama, da ONU!"
O problema nunca é meu nem seu.

‪#‎Fome. Alguém pega um morador de rua, por exemplo, e dá de comer para ele?
O hábito é passar direto e fingir que ele simplesmente não existe. 
"Mas ele está na rua porque quer!" 
"Emprego tem, só não trabalha quem não quer! Vai vender bala no sinal."
"É um bêbado/doente/drogado."
"A família dele que tem que resolver isso."
"Um prato de comida não vai resolver os problemas dele. Se der uma vez ele vai querer sempre."
E vários outros pensamentos! Não venham me dizer que 99,99% da sociedade não pensa assim porque pensa.

‪#‎Corrupção. Para quem avança o sinal vermelho, para sobre a faixa, fura fila, mente sobre dados pessoais/idade/gestação/deficiência física para conseguir benefícios públicos, falsifica carteirinha de estudante para pagar meia, não respeita espaços preferenciais, perdeu dinheiro para o policial porque estava dirigindo alcoolizado/sem CNH/com documentação atrasada e mais uma infinidade de coisas. Só digo uma coisa: Deus está vendo, hein!

‪#‎Violência. O indivíduo já foi rendido pelo policial, mas o cidadão, não satisfeito, dá um empurrão no rapaz.

‪#‎Política. “Todos não prestam!”
Então por que votou neles? Não tinha opção? Por favor! Não cabe mais esse discurso pífio sobre PTxPSDB.

‪#‎Desigualdade_Social. Vou nem comentar sobre aqueles que não se misturam com o "pretinho", com a menina da favela, com o que tem cara de rico e por aí vai.

‪#‎Religião. "Você vai pro inferno!"
"Você é um evangélico ladrão e preconceituoso!"
"Comer carne de vaca é impuro?! Fala sério!"
"Expressar minha opinião não é crime!"

‪#‎Racismo. "Não sou racista, mas negros são estranhos!"
"É branca! Por isso não aconteceu nada com ela!"
"É 'preto'? Prende!!!"

‪#‎Educação. A Escola Técnica Federal Estadual do Presidente Doutor João Fulano abriu 50000 vagas pra cursos grátis. 20000 inscritos e matriculados. 1000 se formam. 

‪#‎Desemprego. Agora eu que digo: vai vender bala no sinal!

E a briga é sobre a postura de uma grande parte de pessoas que coloriram a foto de perfil fazendo menção à legalização do casamento homoafetivo nos EUA.

"Ah, mas no Brasil isso já é permitido faz tempo!". 
E qual o problema?
Se ninguém coloriu a foto naquele momento, com certeza outras formas de comemorações aconteceram, e não houve tanto alarde!
"Dos problemas do Brasil ninguém fala." Falam, sim, e muito! Porém, só falam. Nada fazem.
O problema real é simples: ninguém cuida única e exclusivamente da própria vida. Tem que viver a vida dos outros.
Só pra quem não sabe, o ato de colorir a foto não diz quem é gay ou deixa de ser, nem transforma heteros em homos. É apenas uma comemoração.
A sociedade deveria ser menos alheia aos fatos e repensar mais seus atos, pois diante de tantos problemas, é mais fácil culpar a outros do que a si mesmo.

Passamos grande parte da vida tentando mostrar o melhor de nós e escondendo o pior.
E não achamos que seja tão difícil assim sermos compreendidos.
Exigimos: faça a sua parte!
Não é impossível.
Ou é?
O fato é que, querendo ou não, nunca temos o que nos complete totalmente.